OS VALOROSOS VAZANTINOS....
Hoje vou pinçar dois amigos que foram muito importantes para mim. Com eles convivi durante um longo tempo e nos marcamos para sempre em razão do que fizemos. Se de bem, não se sabe, mas de mal tenho certeza de que não foi. São eles, Tobias Rosa Borges e Nadir Vieira Dias.
Certamente de lá também éramos vistos.Já o Nadir, residia um pouco mais longe, mas todos na mesma e única praça, a da igreja, hoje santuário. Era filho do sr. Francisco Januário Dias, conhecido Chiquinho Vieira, e D. Geralda Vieira.Como eu era vizinho do Tobias, conclui-se que também morava na praça da igreja. Meu pai, Oscar Gonçalves de Melo e minha mãe, Maria Borges de Melo.Todos nós éramos católicos por orientação e força das nossas mães, sempre nos encontrávamos na igreja, que também ficava localizada na praça, porém mais próxima à gruta, onde apareceu Nossa Senhora da Lapa.Eu e o Nadir fazíamos quase nada.
O Tobias, mais grandinho, auxiliava o seu pai nas lidas dele. Mexia com gado, tirava leite na pequena chácara que tinha ali próximo da corruptela. Pegava os cavalos do pai e depois de usados por ele, lavavam-lhes os lombos e os soltavam de novo. Apartava as vacas, curava os bezerros. Sendo o mais novo, era o mandalete do pai.Nisso chegou o novo padre, que assumiu em definitivo a paróquia de N S. Da Lapa. Chamava-se, Frei Bertoldo. Era um holandês corpulento, alto e beirava os seus sessenta anos ou mais. Bonachão, de gostos simples e adorava uma caçada de perdiz. Em razão disso trouxe todos os seus petrechos de caça, inclusive seus cachorros, todos muito bem adestrados, espingardas de todos os calibres e marcas, muitos cartuchos e munições. Tinha buzinas de caçador do jeito que a gente quisesse. Para andar pelos campos trouxe também o seu cavalo e todos os tipos de arreatas.Eu e o Nadir já éramos coroinha do frei Cecílio, antecessor do padre chegante. E como o Frei Bertoldo precisava de uma pessoa exclusiva para zelar dos seus animais, foi-lhe recomendado o Tobias. Ficamos satisfeitos pela escolha e fizemos o trio de auxiliares do padre.A vida transcorria normalmente. Ele celebrava as missas, rezava os seus terços, confessava os fiéis, de vez em quando batizava alguma criança e fazia um casamento. Por que de vez em quando? Porque casamentos e batizados geralmente eram celebrados na época da festa da lapa, que transcorria nos dias 1,2 e 3 de maio de cada ano. Eu mais o Nadir sempre o auxiliando nas coisas da igreja.Pelo menos duas vezes por semana o Tobias tinha de selar o cavalo do padre, um tordilho grande, gordo e bem lavado e escovado. O padre, ainda que não fosse caçar, nele montava e dava uma volta na cidade ou ali por perto, para, segundo ele, não perder o treino e o cavalo não ficar poltrão. Sempre dava uma volta maior quando, em companhia do seu Afrânio e Alírio Rosa, Mário Moreira e Nergico, seus companheiros de sempre, iam a uma caçada de perdiz.
CASA PAROQUIAL ANTIGA |
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