ZELÃO E ALIRIO ROSA EM TEMPO DE CORONAVIRUS..

MEGA CARDOSO
CORA CORALINA, a festejada poeta goiana, no contexto da sua reconhecida obra, fez uma justa homenagem ao milho. Glorificou esse valoroso cereal em todas as suas inúmeras  qualidades, quer seja na alimentação humana ou animal, cognominando-o de ouro do campo.

É  VERO. O milho tem valor inestimável, pois a partir dele você tem a carne, o ovo, o leite. Enfim, tudo.

ALEM de todos esses atributos cantados e decantados  pela poeta goiana, há quem diga que até o sabugo do milho tem o seu valor. 
ASSIM afirmou o Zelao em uma aquisição de alguns carros de milho, comprados do fazendeiro vazantino ,  Alirio Rosa.

HÁ  de voltar ao passado e reviver uma época bem distante, quando os fazendeiros guardamorenses  não produziam quase nada nas suas propriedades e, por isso, tinham de socorrer a Vazante, para garantir o sustento desse precioso cereal, o já falado milho.

DIZEM, como certo, que dois bicudos não se beijam. ZELAO e ALIRIO ROSA, dois gajos de respostas espontâneas e cada qual mais apimentadas, negociaram, como era de anual costume, uns tantos carros  de milho,  colhidos na Fazenda Cartinha,, de propriedade do  último.

ANTES deve ser dito, porque tem gente que não sabe é outros pode até não admitir, mas até o sabugo do milho tem mesmo as suas utilidades. Ele pode ser usado pra fazer a brasa ardente para o ferro de passar roupas. Muito útil pra esquentar o ferro de marcar animais. E, utilizado(tô com vergonha de falar), mas falo, pra substituir o jornal, a folha de bananeira ou outra qualquer, na hora de ir no mato ou na latrina. Substituto do papel higiênico de hoje, inexistente de antanho.

NORMALMENTE o tratador dos porcos, muito prático, escolhe os melhores sabugos ao fim destinados. São aqueles mais macios, mais grossos e os deixam separados em lugar já conhecido de todos.

DITO isso, voltemos ao negócio do milho, envolvendo o Zelao e ALIRIO ROSA. Negócio fechado, preço combinado, forma de pagamento e dia de buscar avençados. 

NOS prazos estabelecidos  o Zelao bateu carros na estrada e baldiou  o milho pra sua fazenda. Passados alguns dias veio a Vazante efetuar o pagamento.

SEU ALIRIO já o aguardava com o bule de café, fumegando. Cumprimentam e logo o Zelao entortou pra tirar os cobres do bolso, mas antes regateou: - Olha Alirio, oce  podia fazer um menozinho no preço!  Esse ano seu milho ficou muito miúdo. Seu Alirio não concordou. Zelao, pra dar mais realce nos seus argumentos, enfatizou: - ora, Alirio. O sabuguinho dele não serve nem pra limpar o ...!

SEU ALIRIO nem pensou pra repostar: O defeito Zelao, num tá no tamanho do sabugo nao, mas no tamanho do seu...

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