GUSTAVO SOLIS ROSA, QUARTO PREFEITO DE VAZANTE.

 Quarto Prefeito de Vazante (  Gustavo Solis Rosa)
No ano  de 1.966, foi eleito, Gustavo Solis Rosa tendo como Vice Prefeito, Sebastião Alves Ferreira o Tião da Odília. Foi a primeira eleição de Prefeitos após a instalação dos Governos Militares. Já não existia mais nem PSD e nem UDN, o partido então vigorante para os ex udenistas era a ARENA.
Merece registro  ter sido a primeira vez que votei em uma eleição municipal e com uma agravante, votei em mim: fui candidato a Vereador, tendo sido eleito naquela legislatura.
Ao assumir a Prefeitura, Gustavo Solis imprimiu uma certa modernidade na sua administração. Procurou de imediato se encontrar com o Comendador Alexandre Garcia, Diretor Presidente da CTBC, de quem era amigo, para a instalação dos serviços de Telefonia Urbana e Interurbana na nossa cidade. Era uma dificuldade extrema para quem necessitasse de uma ligação interurbana, sendo necessário deslocar até a cidade de Paracatu ou Coromandel, essa mais próxima, e pegar com todos os Santos para conseguir completar a pretendida ligação.
 Quarto vice-prefeito de vazante(Tião da Odila)
Não pense que esses serviços vieram de graça! Mais uma vez foi buscada a parceria com a comunidade, sendo necessário que adquiríssemos um mínimo de 150 linhas telefônicas urbanas a um custo relativamente alto para as condições econômicas de todos nós. Mais uma vez falou alto a colaboração dos vazantinos, tendo alguns adquirido mais de uma linha para completar as exigências da Companhia Telefônica.
O prefeito procurou logo de início melhorar a Educação Municipal, tendo me nomeado para assumir o Cargo de Chefe do Serviço de Educação do Município, após consulta ao órgão competente, pois eu era Vereador à Câmara Municipal. Como não tinha nenhuma remuneração para essa função, não houve empecilho algum e assumi o honroso cargo a mim oferecido.
FOI um trabalho exaustivo, mas com a colaboração das professoras existentes e as demais que contratamos em pouco tempo melhoramos muito esses serviços.


Foram construídas algumas Escolas, que funcionavam em puxadinhos nas fazendas, cedidos pelos proprietários, que também hospedavam as professoras de forma gratuita. Construiu em alvenaria as Escolas rurais de Matinha e Cabeludo
Ainda com o espírito modernista o Prefeito contratou técnicos para efetuar o primeiro PLANO DIRETOR da cidade, encaminhando ao Legislativo Municipal para a sua apreciação e votação, após a necessária sanção ser transformada em Lei. Dentro desse Plano Diretor foi aprovado o Projeto da Rede de Esgotos Sanitários da nossa cidade. Nesse documento ficou também proibida a construção ou reforma de ranchos de palhas de babaçu, comumente utilizados em grande parte da cidade. Para oferecer condições de melhorias nas residências a Prefeitura adquiriu uma máquina manual para a fabricação de tijolos de terra prensada, barateando muito as construções.
GUSTAVO SOLIS foi o primeiro, após o Otavinho, a governar no novo prédio por aquele construído. Por isso a sua preocupação passou a ser a de dotar o município de melhores condições para o meio rural. Com esse objetivo adquiriu uma moderna Motiniveladora, a primeira do município, propiciando melhoras significativas nas estradas rurais, possibilitando aos fazendeiros uma locomoção mais confortável para buscar a sede do município para as suas necessidades.
Deu sequência aos serviços de Energia Elétrica implantado pelo Prefeito Otávio Pereira Guimarães e melhoria nos serviços de abastecimento de água na sede do município.
A Última  e importante missão do Prefeito Gustavo Solis, foi a criação do CURSO DE MAGISTÉRIO, devidamente homologado pela Delegacia de Ensino do Estado e com as demais providências tomadas.
No dia das eleições do seu Sucessor, Antônio Augusto Ribeiro, Gustavo me convocou para acompanha-lo à Itabira, terra de Drummond, para contactar com as irmãs de caridade para dirigir e lecionar na recém criada Escola de formação de Professores.
SAIMOS logo após as eleições, debaixo de uma chuva torrencial e fomos dormir em João Pinheiro. No outro dia, ainda sob chuva, fomos a Itabira, onde ele falou com a irmã Tereza, que seria a Diretora da Escola. Retornamos para Belo Horizonte, onde ele falou com a irmã Soledade e as outras freiras, que vieram ser professoras no educandário. Dali, fomos para Araxá, onde o Prefeito ainda tinha outro compromisso administrativo.
Nessa viagem, em busca de educação para o nosso povo, nasceu-se a ideia de educarmos nós mesmos, quando o rádio do carro, tão logo terminou a voz do Brasil, deu notícias de que estaria nascendo o PROJETO MINERVA, preparando aqueles que não cursaram no tempo normal, pudessem se preparar para o MADUREZA GINASIAL. (isso relatarei oportunamente).
      (Cab. Eurípedes)  
Um fato  que merece registro, foi a Construção  da Cadeia Publica e a Delegacia de Policia Civil 
A CIDADE era carente de pessoas que, minimamente, pudessem prestar serviços dentro dos departamentos necessários ao funcionamento do Município, dentre esses a Delegacia de Polícia.
Como as Delegacias  de Polícia Civil não tinham os seus competentes titulares, eram nomeados os Delegados de Polícia, normalmente indicados pelos Políticos locais, os chamados “Delegados Calças Curtas”, que pouco conhecimento tinham das funções a serem por eles exercidas. Da mesma forma não tinham Detetives, Investigadores, Escrivães, e nem outros funcionários. Assim sendo, quando tivesse de elaborar quaisquer documentos, fazer inquéritos, ofícios etc;  era chamado, quem EU, MARCIANO BORGES DE MELO, que sabia datilografia e ou tinha como escrever mais ou menos correto aquela papelada necessária.
A Delegacia  funcionava precariamente numa casa cedida por D. Dolores Alves Rosa, irmã de Alyrio e Afrânio Rosa, situada na Rua Salatiel Corrêa, bem de frente com o Hotel do Nergico(São Domingos). Ali funcionava a Delegacia como um todo – Polícia Civil e Militar -. Era uma casa residencial, portanto dividida em quartos, sala, cozinha e despensa. Nos quartos moravam os miliares solteiros, na sala a Delegacia de Polícia e a cozinha servia para fazer um café, vez ou outra esquentar uma comida. O que não tinha era onde pender ninguém.
  (Zizico Delegado)
Quando dependesse de prender alguém, seja por algumas horas, ou para o dia seguinte, era usado o meio mais medieval que se tinha notícias. Prendia a algema em um dos pulsos do prisioneiro e a outra ponta prendia-se em algum local que não cedesse, normalmente no galho de uma árvore que assombreava a porta da cozinha, onde ficava horas aguardando as providências, ou até mesmo pernoitava naquela ´posição de tortura sem precedente. Para a Polícia até que pudesse ser digerido aquilo, mas eu não conseguia conviver com aquele constrangimento, causando-me nojo e náuseas.
EU JÁ ERA VEREADOR e então procurei o colega de Câmara, Hélio Pereira Guimarães, para arranjarmos uma solução para aquela situação constrangedora. Convidamos o Cabo EURÍPEDES CORTES, Comandante da Polícia Militar local e o Sr JOÃO LUÍS MACHADO, conhecido ZIZICO, para formarmos uma Comissão e dar melhor acomodação aos órgãos, que eram do Estado, e dar fim naquele suplício vexatório.
PRIMEIRAMENTE procuramos, como sempre, Alyrio e Afrânio Alves Rosa, para que nos cedesse um lote de terreno, no quê fomos prontamente atendidos. Em seguida procuramos o Prefeito Gustavo, quando expusemos a ideia e solicitamos dele a cessão do Jeep – o único veículo que possuía o município -, para que pudéssemos locomover em busca das nossas pretensões.
Cadeia Publica na avenida paracatu

Assim sendo, rodamos o município e o comércio local, angariando donativos para a construção da Cadeia e da Delegacia de Polícia. Era uma vaca ali, um bezerro acolá, um leitão, dinheiro, enfim todo tipo de donativos. As mineradoras, INGÁ, depois MASA, COMPANHIA MINEIRA, depois VOTORANTIM, hoje NEXA, foram generosas nas doações de cimento, ferro, transporte de pedras, areias e na construção das grades de ferro e os equipamentos de segurança para as portas das celas.
CONTAMOS, ainda, com a boa vontade dos profissionais pedreiros, carpinteiros, serventes e os demais tipos de mão de obra, para dentro de uns quatro meses entregar para a POLÍCIA CIVIL e MILITAR uma acomodação à época da melhor qualidade, para que pudessem desenvolver as suas atividades sem expor às pessoas aos constrangimentos relatados.
CUSTO PARA O MUNICÍPIO: ZERO (APENAS O PETRÓLEO GASTO COM O ABASTECIMENTO DO JEEP E ALGUM CARRETO COM O CAMINHÃO)
VALOR PAGO À COMISSÃO: ZERO – SOMENTE A CERTEZA E O PRAZER DE TER PRESTADO MAIS UM SERVIÇO PARA A COMUNIDADE.
ERA ASSIM QUE FUNCIONAVA NAQUELES BONS E HONESTOS TEMPOS...

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