HELIO PEREIRA GUIMARÃES FOI O SEXTO PREFEITO DE VAZANTE TENDO COMO VICE SR ODUVALDO DAYREL

O Prefeito Helio Peeira Guimarães e o Secretárioi  Narciano Borges de Melo

Nas eleições de outubro de 1.972, foi eleito o sexto prefeito de Vazante, o fazendeiro, Hélio Pereira Guimarães, tendo como vice-prefeito, o também fazendeiro, Oduvaldo Dayrel. Foram empossados em 01 de fevereiro de 1.973.
Pela primeira vez a convenção partidária, com a finalidade de escolher os Candidatos à Prefeito e Vice-Prefeito, foi bastante conturbada.
Como relatado nos antecedentes do pleito passado, foi firmado um pacto com o presidente do partido, Afrânio Alves Rosa, no sentido de que o próximo prefeito seria o Hélio. No entanto, o ex- prefeito, Gustavo Solis Rosa decidiu concorrer na Convenção querendo novamente se candidatar, alegando precisar estar na Prefeitura para ter melhores chances numa futura candidatura à Deputado, que era a sua pretensão.
O Vice Prefeito Sr.Oduvaldo Dayrel
Apesar das negativas do presidente partidário, ele permaneceu firme no seu intento e participou da Convenção, causando um grande mal-estar, pois jamais tal fato tinha acontecido. Culminou com a vitória da Chapa Hélio e Oduvalo, com o voto de desempate do Presidente, desfavorável a pretensão de Gustavo Solis, que apesar de sobrinho do Afrânio não conseguiu quebrar a palavra dada naquela pretérita ocasião já comentada.
NAQUELES BONS TEMPOS OS HOMENS ERAM ASSIM, HONESTOS E CUMPRIDORES DA PALAVRA DADA!!!
O pleito do Prefeito Hélio não foi um pleito comum, foi um PROJETO DE GOVERNO, que tínhamos já há muito anos formatado. Ainda jovens, desde os tempos de futebol nos campos do Amoreiras, vínhamos mantendo conversações sobre o nosso



futuro político, o que foi acontecendo no decorrer do tempo. Primeiro as nossas eleições para a Câmara Municipal na legislatura 67/70; daí, seria a escalada do Hélio para a Prefeitura e depois seguiríamos, dentro do nosso grupo político à frente do Executivo Municipal, sendo esbarrado no pleito de Antônio Secretário, o que até, de certa forma, foi bom. Seriam apenas dois anos, insuficientes para o que pretendíamos executar.
No ano de 1.972, quando aconteceu a Convenção e, consequentemente as eleições. De março até o final de setembro eu estava em Brasília, para onde me transferi a fim de fazer o Supletivo do Segundo Grau, que me possibilitaria a adentrar numa Faculdade e que era o meu objetivo. Mesmo de longe, continuava ligado nos acontecimentos e o Hélio sempre me dava as notícias. E, sempre, confirmava comigo que, se eleito fosse, eu teria de retornar para darmos andamento ao nosso PROJETO DE GOVERNO.
E assim aconteceu. Antes das eleições retornei para Vazante, após aprovado nos exames do Supletivos e fomos preparando para cumprir os nossos objetivos.
A primeira obra realizada na Administração Hélio/Oduvaldo, foi a instalação da Torre metálica no morro do Seu José Virgílio, onde foram colocadas as antenas receptoras e transmissoras do sinal da TV TRIÂNGULO, levando aos lares vazantinos, pela primeira vez, um sinal televisivo, que foi muito comemorado e até hoje utilizado. Eu tinha trazido  o meu Televisor de Brasília e, por isso, o historiador Oliveira Melo em um dos seus livros sobre Vazante, deu-me com o dono do primeiro aparelho de Televisão da história de Vazante.
Ainda no primeiro ano foi criada e construída a Escola Municipal “Mariana Solis”, no bairro Jardim Regina, em uma área então suburbana, dando lugar a muitas críticas por ser muito distante,



fora do lugar, etc; o que, em pouco prazo, ficou sendo área central, devido ao crescimento acelerado da cidade.
Merece ser destacado o fato de que a verba para a construção dessa Escola foi conseguida quando eu ainda estava em Brasília, antes das eleições e da posse do Hélio. Meu irmão, Oscar Eustáquio de Melo, era funcionário do Ministério de Planejamento. Assim sendo, ele morando comigo na minha casa em Brasília e me disse da possibilidade de conseguir verbas para construir escolas em Minas Gerais. Então eu solicitei a ele que incluisse a nossa cidade como uma das contempladas, pois já era previsível a eleição do Hélio e seria então construída na sua gestão, como foi.
Vocês terão de ter muito fôlego, pois muitas coisas boas virão... Vamos para o setor da EDUCAÇÃO:
A já falada Escola Mariana Solis; a criação do Curso Técnico de Contabilidade, anexo ao Curso Normal da Escola Municipal “ Dolores Alves Rosa”; Criação da Biblioteca Municipal, “Carlos Drummond de Andrade”; Construção em alvenaria de todas as Escolas Municipais, sem exceção e, finalmente a construção da Escola Estadual PEDRO PEREIRA GUIMARÃES, que funcionava precariamente no mesmo prédio da Escola Dolores Alves Rosa, no antigo prédio ainda construído pelo outro grande prefeito, Otavio Pereira Guimarães.
Ainda na área urbana,
Paralelamente, após a edição do Planejamento Rodoviário Municipal, cuidávamos das estradas municipais, tendo adquirido uma nova moto niveladora (patrol). Após várias incursões junto ao Departamento de Estradas (DER) Minas Gerais, conseguimos a construção da LMG 706 – ligando Vazante a BR 040. Foram construídas várias pontes, inclusive a Ponte sobre o Rio Escuro, na recém construída rodovia, ligando a BR 040. Essa rodovia é de



fundamental importância, pois corta o município no sentido longitudinal quase de ponta a ponta, servindo a uma parte grande do nosso território. Pena que até hoje não passou por nenhum melhoramento, mesmo após a ascenção de Antônio Andrade na cúpula da política do Estado, nada foi feito. E, hoje, constitui-se em um enorme problema, estando atualmente quase intransitável, para o desespero dos moradores nas regiões por onde ela passa.
Diante da necessidade de um local de atendimento na área da saúde, mesmo com a construção e instalação de um pequeno Hospital, foi criada a FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE e a construção do primeiro Posto de Saúde – O POSTO DE SAÚDE CENTRAL, situado na rua Alves Rosa, em frente para o SICOOB. Foi construída, também, o Posto de Saúde de Vazamór, mantendo ali funcionários da área de saúde, fazendo vacinações, pequenos curativos e recebendo visitas periódicas de médicos. Diante da necessidade, conseguiu e assinou convênios com o INSS e o FUNRURAL, para dar assistência medica a nossa população. (mais adiante falaremos sobre o Hospital N.S. da Lapa).
Urgia acelerar o progresso. Para os vazantinos movimentarem os seus haveres, seja pagando e ou recebendo, necessitava de se deslocar até a Paracatu, Coromandel, ou Patos de Minas, cidades que contavam com estabelecimentos bancários. Diante dessa situação, procuramos a direção do BANCO MERCANTIL DE MINAS GERAIS, posteriormente, BANCO MERCANTIL DO BRASIL e expusemos a nossa necessidade e salientamos o nosso potencial financeiro. A Diretoria do Banco, acreditando no que foi dito, imediatamente determinou aos seus funcionários competentes que fizessem o devido levantamento e, em pouco prazo, foi instalada a primeira agência bancária da nossa cidade. Foi um momento de muita euforia e festa. O nosso povo vendo que a cidade estava agora inserida no rol das cidades que destacava em



toda a região. Paralelamente criou-se um correspondente bancário do Banco do Brasil de Paracatu.
No âmbito das comunicações, criou e construiu a AGÊNCIA DOS CORREIOS, situada na confluência das ruas Alves Rosa e João Cláudio, onde até hoje permanece.
Para servir a uma fatia enorme da produção agropecuária foi dada uma grande contribuição e incentivo para a instalação de um posto de resfriamento de leite da NESTLÉ, que foi de muita importância não para os vazantinos como para a região.
Antevendo a possibilidade do asfaltamento da cidade, - pois já era impossível a convivência com as ruas poeirentas, foi concedido o serviço de água para a COPASA, que perfurou as ruas, espalhando a necessária tubulação em todo o perímetro urbano. Nessa época a COPASA era uma excelente parceira, com tarifas módicas e a Empresa tinha cunho social, diferentemente do que hoje representa para a população.
O prefeito Hélio Pereira Guimarães retornou da Europa, onde permaneceu por dois meses, onde em Madri, capital Espanhola participou de um importante curso de Administração Pública, ministrado pelas maiores autoridades mundiais. Nesse período, assumiu a Prefeitura o seu vice-prefeito, ODVALDO DAIREL, que deu continuidade e andamento em todos os serviços e obras públicas que estavam em curso. Foi muito bom trabalhar com o SR Oduvaldo que, além de amigo, era uma pessoa meiga, serena e de uma convivência invejável. Tem de se ressaltar que ele era sempre informado pelo prefeito de todos os projetos, e sempre consultado, colaborando efetivamente com a sua competente participação. Foi parceiro em tudo.
Retornando o Prefeito, da Europa, urgia dar andamentos céleres nos trabalhos finais de tudo o que foi projetado. O principal era viabilizar verbas para a construção da REDE DE

ESGOTOS SANITÁRIOS, projetados pelo então prefeito, Gustavo Solis Rosa, que atingia a cidade como um todo e o seu escoamento até ao Ribeirão Santa Catarina. (naqueles tempos era permitido).
- Era uma obra gigantesca para o tamanho da arrecadação do município -.
Deu-se o início de uma verdadeira via sacra em todos os gabinetes governamentais, sempre esbarrando em negativas, alegando que o Governo não dispunha de verbas, etc. As Autarquias, naquela época, situavam-se todas no Rio de Janeiro, ainda não tinham sido transferidas para Brasília. Por essa razão tivermos de ir várias vezes até a Cidade então Maravilhosa, para falar com diretores do Banco do Brasil, de Ministérios e de outras Autarquias, sempre com o pires na mão, buscando viabilizar recursos. Depois de muitas dificuldades conseguimos um pequeno empréstimo junto ao Banco do Brasil e outro junto a extinta Caixa Econômica Estadual, graças as intervenções do Deputado Sebastião Alves do Nascimento, o Binga – pai do ex-deputado Elmiro Nascimento – e do então presidente da Caixa, o coromandelense Hugo Aguiar.
Com essas pequenas contribuições, que representavam cerca de um quarto do valor da obra, ficou decidido que a colocaríamos em Licitação. Foi um arrojo, muita coragem mesmo, o valor que foi empreitado a obra, que até hoje me lembro, o  dinheiro investido na época, foi de 1.245.000.000(um milhão, duzentos e quarenta e cinco mil), que representava mais do que todo o orçamento da Prefeitura naquele ano. Mas a vontade era maior do que o medo e a obra foi concluída e paga, ainda com tempo suficiente para partir para o asfaltamento das ruas.
OUTRA NOVELA...
Para coroar esse Projeto de Governo ainda restavam duas grandes realizações para fechar com chave de ouro. Uma delas era cobrir o maior número possível de ruas da cidade com o tão



sonhado asfalto. Era uma obra desejada, necessária, mas, naquele tempo, muito cara. Como sempre era preciso buscar a parceria com a sociedade. Conseguimos encontrar uma empresa que concordou em realizar o asfaltamento das ruas na base da parceria, ou seja, a prefeitura pagava um terço da obra, enquanto os moradores da via asfaltada arcavam com os outros dois terços, divididos em partes iguais para cada testada da propriedade contemplada. Para isto montou-se um escritório com funcionários previamente preparados para explicitar o formato da parceria e já ir efetuando os orçamentos de cada um, formatando contratos e colhendo documentos garantidores da obra. Os pagamentos foram divididos em prestações mensais e sucessivos, tendo sido de uma aceitação extraordinária. Todos queriam ver o asfalto nas suas portas. A cidade tomava status de cidade. Muito orgulho para todos nós.
Para fechar essa gloriosa administração, após longas e intermináveis reuniões junto ao Ministério da Saúde e do FUNRURAL, conseguimos a construção do HOSPITAL MUNICIPAL, á época com 30 leitos e todas as demais acomodações necessárias a um nosocômio daquele perfil e, naquela ocasião, suficiente para suprir as nossas necessidades. Esse não conseguimos inaugurar, pois a sua construção delongou mais do que o previsto e, por isso, foi posto em funcionamento pelo sucessor do prefeito Hélio Pereira Guimarães, o eleito, Valdevino Machado Guimarães, outro grande Chefe do Executivo Municipal.
Além de todas essas realizações tão necessárias, ainda foram gastas horas e horas em constantes reuniões, correndo atrás de viabilizar uma ligação asfáltica ligando Vazante à Patos ou Paracatu, outro sonho da população. Desde essa época, também, começamos reivindicar junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais a criação da nossa Comarca. Mas não foram em vão essas



incursões, pois seguidos pelos sucessores do Hélio, com os mesmos objetivos, daí há alguns anos esses benefícios vieram.

O prefeito Hélio Pereira Guimarães e seu vice, Oduvaldo Day

rel, terminaram o mandato nos braços do Povo. Foram realmente quatro anos de muitas realizações, transformado a cidade em todos os setores, trazendo o progresso e o respeito das comunidades vizinhas. O jovem prefeito, HÉLIO PEREIRA GUIMARÃES, na sua simplicidade e humildade agradeceu penhoradamente ao povo de Vazante e em especial todos os colaboradores funcionários da prefeitura, que no início do seu mandato eram 21 e no término apenas 19, reconhecendo em cada um o seu valor extraordinário para a realização de tantas obras.
TUDO ISSO SEM SE FALAR NA FAMIGERADA PALAVRA: CORRUPÇÃO!!!

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