ARLINDO QUEIJEIRO E O CRIADOR DE GALO DE BRIGA.

Quem conheceu o Arlindo Queijeiro e o seu mano Tião Queijeiro, dispensa-se apresentações. Mas como uma grande parte dos meus leitores, presumo, não os tenha conhecido, devo apresentá-los.
Pelo que sei os dois são originários da região do Pântano, município de Patrocínio. Mas quando vieram pra Vazante já residiam por alguns anos na cidade de Patrocínio. Inicialmente, eles comercializavam no ramo de compra e venda de queijos – daí os apelidos de ambos -.

Mais na frente se aventuraram em outros tipos de comércio, assim como varejistas de secos e molhados e bar. O Arlindo trabalhou muitos anos no transporte de leite. Buscava nas fazendas os leites por elas produzidos e descarregava na Nestlé. Depois, continuou no ramo de compra e venda de queijosO Tião, terminou os dias dele sendo dono de um bar. Mas antes do bar ele trabalhou como pedreiro, sendo considerado por mim como um dos melhores. Fez diversas construções pra mim, inclusive, em sociedade com o Olney de Oliveira, – outro meu amigo inseparável desde criança - a construção da área de lazer do Social Vazante Clube, que será objeto de um relato pormenorizado na hora oportuna. Inicialmente fez uma pequena reforma na Cabana, onde hoje é o Restaurante Kabanas.
Essa pequena obra foi para ele de um resultado extraordinário. Na vizinhança dos serviços que ele executava morava o Seu Zé Ilídio e Dona Carolina, -casal de saudosas lembranças -, e, trabalhando naquela casa, estava uma senhorita de nome Luzia.

Dentre os serviços que o Tião prestava pra mim tinha a construção do muro que dividia os imóveis. O Tião ficava com um olho no tijolo e outro na morena. E, era correspondido. Viúvo, com os filhos já criados, clamava pela companhia de alguém. Tomando coragem me confidenciou o flerte com a Luzia e me disse pra conversar com ela se havia interesse em namorar sério com ele. Era pra casamento mesmo. Foi tiro e queda.
Dentro de pouos meses estavam casados. Desse consórcio nasceram os dois filhos Rui e Ronan. Rui, é o Padre Rui, hoje em uma paróquia da cidade de João Pinheiro, onde também mora o irmão Ronan, que depende de cuidados especiais. Meus grandes amigos.

Padre Rui foi meu convidado de honra para celebrar o meu casamento de bodas de ouro.
Os dois irmãos, Tião e Arlindo, adoravam um mal feito. Tinha-se a impressão de que eles passavam a maior parte do tempo disponível imaginando uma maneira de aprontar com alguém. Chegavam até a aprontar com eles mesmos. Faziam coisas inimagináveis.
Vou pedir licença ao Tião e relatarei uma do Arlindo.
Ele tinha um amigo que se aventurou na criação de galos de briga. Montou um pequeno criatório nos fundos da sua moradia e por lá tratava de uma porção de pintos, frangos e galos, todos descendentes de galos índios dos mais valentes e afamados na espora. Lá ele os alimentava com ração especial. Buscava sangue de boi e punha pra eles comer, pois segundo diziam, era bom pra ficarem mais valentes ainda.
O Arlindo acompanhava o entusiasmo do amigo e assistia aos treinos dos frangos, as brigas pra valer, dos galos. Assistiu também a decadência do criador de galos de briga, quando ele foi perdendo o entusiasmo com aquilo e resolveu vender a galaiada e os frangos, pintos e tudo o que fosse ligado àquela atividade. Mas não era fácil, por mais que oferecesse não encontrava o comprador.
De olho naquilo o Arlindo não perdeu a oportunidade.
Próximo à Vazante, cerca de oito quilômetros, fica a portaria da Companhia Mineira de Metais, depois Votorantim Metais e hoje, Nexa. Ali ficavam estacionados dezenas de caminhões aguardando em fila a hora de carregar de minério de Zinco para ser transportado até Três Marias. Veja até onde vai a imaginação de quem quer fazer uma maldade. O Arlindo telefonou para o amigo e se passando por um daqueles caminhoneiros, naturalmente camuflando a voz, disse para o rapaz que tomou ciência de que ele tinha uns galos de briga pra vender. Perguntou se era verdade e se os vendia mesmo, etc. O moço doido para se ver livre dos bichos, disse na hora que tinha. Mas o pseudo comprador disse a ele que não tinha como sair da fila dos carreteiros de minério pra ir até a Vazante para ver os galos e se encontrar com ele. Maldosamente sugeriu a possibilidade de ele pegar aquelas aves e levar até lá na portaria da Mineira, onde poderiam negociar com mais facilidade. Deu um nome falso. Da mesma forma informou as características do seu caminhão e o aguardava com os galos.O Pobre do rapaz pegou os galos na maior dificuldade. Meteu todos numa gaiola, colocou no seu carro, que nem era de carroceria e foi todo esperançoso levar a mercadoria para ser comercializada.
O Arlindo, lá do alpendre da sua casa a tudo assistia.
Até hoje ele procura por esse comprador de Galo de briga.
Mas aí eu trago o Tião Queijeiro para a cena. Ele resolveu vingar do irmão, pelo rapaz, que era seu amigo.
Arlindo  enviuvou-se e morava sozinho. Por isso teve de contratar uma empregada doméstica. Era uma moça ainda inexperiente e não tinha conhecimento do que aprontavam os irmãos. Ele saia todas as manhãs para cumprir os seus compromissos, de fazenda em fazenda, recolhendo os queijos e os trazendo para o depósito ligado à sua casa, onde eram depois embarcados em caminhões para Patrocínio, Uberlândia e até mesmo direto pra São Paulo. Dependia do comprador e da carga que tivesse reunida.
Num belo dia o Arlindo, como costumeiramente fazia, foi para o meio rural em busca dos queijos previamente combinados para a compra.
Tião Queijeiro ficou no aguardo. Esperou o relógio marcar uma hora da tarde e ligou pra empregada do Alindo.
-Olha moça, o Arlindo, pra não dar na cara, não disse compadre, e eles eram compadres, me pediu pra te dizer que ele comprou uma leitoa numa das fazendas que ele visitou, e é pra você colocar uma tacha de água pra ferver com cinza, pois assim que chegar ele vai despelar a leitoa. É usual limpar a pele externa do animal abatido, com água quente e cinza. E a moça pôs a água na fervura. Fervia, fervia... secava. Punha mais água, mais cinza, mais fogo... e o Arlindo, nada.
Quando o Arlindo chegou à tardezinha a moça veio aflita dizer a ele que já tinha secado umas tantas tachas de água e ele não chegava. Perguntou pela leitoa, foi quando tomou ciência de que não existia leitoa nenhuma. A moça contou do telefonema recebido de alguém dando o recado e o Arlindo disse na bucha. Isso é armada do Compadre Sebastião...

E ERA MESMO...



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