FAÇA O BEM SEM OLHAR A QUEM

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FAÇA O BEM SEM OLHAR A QUEM

O mais comum entre os seres humanos, principalmente entre os políticos populistas, é tentar manter as pessoas a ele ligadas através de pequenos favores, quase sempre às custas de dinheiro público. Modos operandi para permanecerem o mais tempo possível no Poder, fazendo-os crer que os benefícios, mesmo pequenos, são obras de quem os estão concedendo.
Muito comum na área da saúde, na Assistência Social, através da famosa Cesta Básica e outros meios enganadores. Muitas vezes serviços efetuados com máquinas, transportes e doações de materiais com os caminhões públicos, ou outros meios comumente utilizados.
Não sabem, contudo, que esses pseudos favores são também muito voláteis e facilmente esquecidos.
A pessoa, no entanto, jamais esquece de um favor substancial, ou mesmo da negativa de algum favor solicitado e negado, quando está em situação de vulnerabilidade. Para ela aquilo que solicita como favor, mesmo se de pequena monta, naquele momento representa muito.
O princípio da vida é sempre muito difícil, mormente quando o principiante nasce de berço humilde. Como todos que assim foram ou são, eu tive muita dificuldade no início da minha vida. Tive a sorte de contar com pessoas muito boas que em mim acreditaram, me auxiliaram na hora que eu mais precisava. Isso foi muito importante.
Antes de inaugurarmos agências bancárias em Vazante, tínhamos de recorrer aos Bancos de Paracatu ou Coromandel, dependendo do tipo do crédito pretendido.
Numa feita propus um financiamento no Banco de Crédito Real, Ag. de Coromandel, objetivando conseguir um financiamento rural. Era um Banco Estatal de fomento que, além de outros negócios financiava os pequenos agricultores. Fiz a proposta, após analisada, foi aceita. Indiquei avalistas, juntei documentos, enfim estava tudo em ordem e eu aflito para por a mão na grana. Peguei a jardineira e fui para Coromandel, onde também compraria alguns objetos da minha necessidade.
Qual a decepção quando o Gerente do Banco ao examinar os papéis me disse que eu não tinha reconhecido a firma de uma das pessoas e que, diante disso, não seria possível liberar o dinheiro. Em meu consolo me disse que eu poderia tentar no Cartório do Jamiro Dairel reconhecer essa firma ali mesmo em Coromandel, sem precisar de retornar até a Vazante a esse fim.
Me dirigi  esperançoso rumo ao Cartório. Lá chegando havia algumas pessoas por lá, naquele bate papo costumeiro. Dentre eles tinham dois conhecidos aqui de Vazante. Mostrei o documento ao Jamiro, explicando a necessidade de reconhecer aquela firma, ao que ele me disse ser possível, desde que eu arrumasse alguém que pudesse abonar aquela assinatura.
Um dos dois conhecidos era pessoa que estava sempre presente em Vazante, aqui tinha negócios e às vezes hospedava no mesmo local onde eu hospedava naquele tempo. Achei no direito de pedi-lo para abonar a firma em questão, ao que ele foi grosso na sua negativa dizendo “NÃO TER VISTO A PESSOA ASSINAR O DOCUMENTO”. O outro que lá se encontrava, era o VALTERSON ARAÚJO, representante da Antartica de Ribeirão Preto em toda a nossa região, com quem não tinha grandes conhecimentos. Tomou o papel da mão do outro e foi logo assinando em abono da firma a ser reconhecida.
Nunca mais me esqueci dos dois...
O tempo passou, as coisas foram clareando, me formei advogado e tinha o meu escritório em pleno funcionamento aqui na cidade.
Numa noite estava em minha casa dormindo quando acordei com o chamado estridente do telefone - só tinha o fixo -. Era a uma filha do Mário, irmão do Valterson, dizendo que ele tinha ligado e me pedido para dar assistência a um filho seu que tinha sido preso pela Polícia e estava na Delegacia local.
Nem percebi. No final do telefonema eu já estava de pé, vestido adequadamente e num instante estava diante do Delegado de Polícia pugnando pela liberdade do moço que eu nem conhecia.
Deu certo. O rapaz foi libertado e o levei até a casa do seu tio. Lá chegando despediu-se de mim e me falou que o seu pai me procuraria para o acerto dos meus honorários. Concordei e voltei para casa pra ver se dormia o restante da noite.
Alguns dias depois recebo a visita do Valterson.  Se mostrando envergonhado com o ato do filho, vinha me pedir desculpas por ter me acordado no meio da noite e pretendia acertar comigo os meus honorários.
Para sua surpresa quando eu lhe disse que ele já havia acertado comigo aquele honorários havia muito tempo. Ficou intrigado, sem entender o que eu havia dito, não se lembrando desse acerto. Quis que eu dissesse se o irmão dele já tinha me pago, momento em que eu o lembrei daquele dia lá no Cartório do Jamiro. 
O Valterson puxou da memória e não recordava do dito dia. Até que vagamente se disse lembrar, mas não tinha aquele seu gesto como um favor, era coisa sem importância, etc. 
MAS pra mim foi e muito grande.
JAMAIS ME ESQUECI DELE E... DO OUTRO.

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