O QUE A ARITMÉTICA FAZ...

FOTO REDE FOTONOVELA
Olavo Celso Romano, renomado Jornalista e Escritor mineiro, atual Presidente da Academia Mineira de Letras, escreveu diversos livros e o que mais o notabilizou foi os famosos “Causos de Minas”. Realmente é um primor de livro, pois além de trazer em seu bojo belas páginas literárias, ainda registra o que a nossa Minas Gerais tem de melhor, o nosso povo.
Escrevi dois livros de Contos: “A Testemunha da Acusação” e  “O Padre e o Burrinho Pedrês”. Ambos na mesma linha do mestre Olavo Romano. Retrata belas passagens das pessoas simples da nossa Terra e com o único e precípuo objetivo de melhorar o astral das pessoas, pois, com raríssimas exceções, os temas são hilários e divertidos.

Nos encontramos um dia, quando na Academia Mineira de Letras era lançada uma obra de um Escritor Mineiro, cujo nome me foge a lembrança, naquela oportunidade, a primeira que surgiu, comentei com o ilustre Presidente daquele Sodalício, o orgulho e a honra que tive, quando  o laureado contista, ensaísta, crítico literário, entrevistador e poeta, membro daquela Academia, e respeitado por todos os Escritores mineiros, JOSÉ AFRÂNIO MOREIRA DUARTE, ao comentar o meu primeiro livro, a A TESTEMUNHA DA ACUSAÇÃO, me honrou com a comparação dos meus contos com os do já famoso Olavo Romano. José Afrânio, assim comentou, referindo-se aos meus escritos:  “....seus contos, sem favor nenhum se comparam com os contos de Olavo Romano...” Quase caí de costas, pois um estreante nessa difícil seara dos Contos, receber um comentário desse jaez, que multiplica de tamanho quando vem de um respeitado Crítico Literário da estirpe de um José Afrânio Moreira Duarte, tem de estar firme e bem amparado para não cair.
Naquela oportunidade em que me encontrei com o colega Olavo Romano, disse a ele da grande satisfação de ver os meus contos comparados aos dele. Então ele realçou as qualidades do grande José Afrânio, que infelizmente já o havíamos perdido, ele faleceu em 2.008, e disse no tom que imprime aos seus livros: - “olha, Marciano. Nós somos dois mineiros. Não é de se admirar que tenhamos algumas coisas em comum nos nossos escritos, pois nós capinamos nas mesmas roças...”
Achei muito interessante a sua observação e mais orgulhoso fiquei.
Essa nossa Minas Gerais é mesmo rica em acontecimentos que merecem registro. Tem muito onde capinar... Sem querer plagiar o colega Olavo Romano, que registrou em seus livros alguma coisa semelhante, mas guardando as devidas diferenças, lá se vai.
Numa fazenda da região, trabalhavam um casal de jovens.
O rapaz, forte, corpulento, destemido, lá com os seus vinte e poucos anos, desfrutava de uma saúde de ferro, dentes brancos reluzentes. Era um peão de fazenda daqueles de encher os olhos. No curral, era um leão. Tirava leite, cuidava do gado com muito zelo e nas outras lidas era pau pra toda obra. Trabalhava com o mesmo patrão havia muitos anos e se davam muito bem. Pena que nunca tinha frequentado uma escola. Mal aprendeu a rabiscar o nome na ocasião de fazer o título de eleitor. – Não por ele, pouco se importava com política; foi mesmo por exigência do patrão. Era uma pessoa muito simples, a sua compreensão era miúda.
A moça apareceu na fazenda por sorte de todos. Ela conseguiu onde morar e trabalhar e a esposa do dono da fazenda estava precisando demais de alguém como ela para os serviços domésticos e auxiliar em outros da fazenda. Aprendeu logo a fazer de tudo. Boa cozinheira, asseada e de um tempero pouco comum, como se tivesse nascido naquilo. Mas como dizia a minha avó, tempero não se copia, vem da pia...
Tinha boa aparência, apesar de algumas falhas nos dentes, que foram resolvidas quando o Joãozinho Dentista fez uma temporada na fazenda e arrumou a boca de muitas pessoas da região. Bonita moça, ancas roliças, pele morena escura, que enfeitava bem o seu jeito brejeiro. Também não frequentou escola e nem sequer aprendeu a escrever o nome e, por isso, não tinha título eleitoral, o que era o seu sonho. Queria um dia poder votar...
A vida transcorria normalmente e de repente as coisas tomaram outro rumo. O fazendeiro resolveu unir o útil ao agradável. Casar os dois jovens. Decidiu por eles, com a aquiescência da esposa e numa cerimônia rápida os dois se uniram em matrimônio, indo morar numa pequena casa retirada pouca coisa da casa da fazenda. Era o retrato da verdadeira felicidade.  O casal parecia ter sido feito um para o outro.
Daí a três meses, a moça começou apresentar sinais de que estava próximo de entrar em trabalho de parto. Ela escondeu a gravidez até mesmo da patroa. Foi um corre corre atrás de parteira, matar a galinha mais gorda, preparar às carreiras as roupinhas pra agasalhar a criança... Os cheiros de óleo de pau e alcanfor tomava contam da pequena casinha.
O rapaz estranhou muito aquela situação e não deixou de demonstrar a sua insatisfação. Como podia a sua mulher estar ganhando menino assim tão depressa? Tinha alguma coisa errada. Ou essa criança seria fora de tempo ou nesse angu tinha mosquito.
A criança nasceu. Gorda, sadiazinha. Era uma menina. O rapaz não melhorava o semblante fechado, se mostrando muito aborrecido e foi questionar com o patrão sobre aquilo. Foi então que utilizando da magia da aritmética, o imbróglio foi resolvido.
O patrão se sentou com os dois e foi colocando os números na mesa. Dirigiu-se primeiro ao rapaz e dele indagou – num tem três meses que você se casou com ela? É. Tinha... Aí ele se dirigiu à mulher: - num tem três meses que você se casou com ele? É. Tinha também. Pois bem. Três mais três não são seis? Não tinha dúvidas. Eram seis. Ele continuou compondo a sentença aritmética. -Pois então. Não tem três meses que vocês estão casados? Corretíssimo. Tinha mesmo.
RESUMINDO: Três meses que você se casou com ela. Dirigiu-se ao rapaz; Três meses que você se casou com ele, falando com a moça. Lá se foram seis meses. Mais três meses que vocês estão casados, completam os nove meses. Tempo suficiente para que o menino venha mundo dentro do período certo...
-UAI! Num é que eu num tinha pensado nisso. Ninguém manda a gente ser analfabeto, né? Concordou o rapaz, com feições de pura felicidade...
    PARA QUEM É LETRADO EM ARITMÉTICA TUDO SE AJEITA!!!





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