QUEM SE LEMBRA DO ARROZ INTEGRAL...

QUEM SE LEMBRA DO ARROZ INTEGRAL...


OUTRO DIA, navegando na internet, me deparei com algumas cenas do meio rural, onde indagava:  quem se lembrava daquilo? Eram cenas mostrando um engenho de pau movido a bois, normalmente duas juntas de bois destros rodavam em torno do engenho, movendo as suas pesadas moendas, que mais pesada ainda ficavam, quando entre elas eram colocadas as braçadas de cana de açúcar que, espremidas iam soltando a garapa farturenta escorrendo em queda natural até alcançar a tacha de cobre, esquentando fundos numa enorme fornalha aquecida pelas toras de madeira em chamas, que a transformaria em rapadura.

youtube
ORA, se me lembrava! Quantas e quantas vezes, nos meses mais frios do ano, junho ou julho, lá estávamos madrugando (não sei se aquilo era madrugada, uma hora da manhã), para iniciar a moagem da cana. Normalmente estendia o dia quase todo. : Quem mais sofriam eram os meninos, pois tinham de buscar os bois na manga, normalmente com os pés descalços, noite escura dificultando os encontrar para trazê-los à canga. A pior tarefa era “mandar os bois”, que significava ficar rodando junto a eles e vez ou outra balançar a vara de ferrão e se preciso fosse uma ferroadinha para que andassem mais depressa e rodassem com mais rapidez as moendas do engenho.


NAS mesmas cenas estava um descaroçador de algodão. Uma máquina de ralar mandioca, para o fabrico da farinha. Um tear e muitas rodas de fiar. Todos esses instrumentos eram do meu conhecimento, já tendo manuseado a maioria deles, quando criança, na fazenda do meu avô.
PORÉM o que mais atraiu a minha atenção foi um pilão de pilar arroz, café, milho... onde figuravam duas pessoas, cada uma de posse de uma mão de pilão, como se alternassem as pancadas. Apesar da existência do monjolo tocado à água, o uso do pilão era constante, pois o monjolo era pra grandes quantidades e o pilão era para as emergências ou quando exigisse alguma pressa.
TROUXE-ME a recordação   dois amigos de infância, que muito me marcaram, não só pelo pilão mas, sobretudo, pela vida sofrida deles nas unhas da sua avó, com quem residiam. Eles moravam próximo a minha casa e tínhamos uma boa convivência. Era o Osvaldo e o Ribeiro, netos da D. Etelvina Borges. Ela os trazia de rédeas curtas e por qualquer dá cá uma palha caiam no chicote, sem dó nem piedade. Verdade que naqueles bons tempos os meninos eram mesmo levados e se dessem corda pintavam e bordavam, mas ela exagerava...

INEXISTIAM máquinas de limpar arroz. O que comandava era o arroz em casca, colhidos nas várzeas frescas de beira de rios e córregos, geralmente armazenados por alguns anos em tulhas de madeira, sendo certo de que quanto mais velho o arroz, melhor seria. Muitos anos depois foram surgindo os arrozes vindo de fora, em sacas e vendidos aos quilos nas “vendas”, como eram chamadas.
ASSIM SENDO, os piladores de arroz estavam disseminados nas fazendas, nas casas e em todos os lugares, sendo certo que as pessoas admitiam comer ser qualquer outro cereal, menos o arroz.  Aliás, até hoje é tradição. E, nós três, eu o Osvaldo e o Ribeiro (infelizmente Deus os levou), especializamos na socação do arroz- assim que era dito na época ´.
PARA não ficar com essa obrigação diária, tirávamos um dia da semana, ou a cada quinzena, para limpar a maior quantidade de sacas de arroz, suficientes para o consumo de ambas as residências, a deles e a nossa lá de casa.
0 USUAL era socar de dois. Mas nós, os três, éramos vanguardistas na atividade, inovamos com a socação de forma diferente. Socávamos de três. Isso mesmo de três. Conseguimos coordenar as batidas, de forma que o compasso era ditado em três toques. Era pam,  pam, pam.
E PASMEM. Ficamos tão treinados na arte de pilar arroz, que conseguimos estabelecer até a quantidade de batidas que eram suficientes para deixar o arroz em ponto de ser assoprado e guardado para o consumo.
imagens extraida do watssap do Reni do Hilario
NÃO ME PERGUNTEM QUANTAS BATIDAS ERAM NECESSÁRIAS, POIS JÁ FAZ MUITOS ANOS ISSO...



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